Capítulo XIV – Pensar de Outro Modo

Pensar de outro modo
“Pensar de outro modo é, antes de tudo, desconfiar do modo que se pensa.”

Em um mundo onde a repetição virou argumento, pensar diferente tornou-se ato subversivo. O problema é que a maioria dos que se acham originais apenas trocou um molde por outro — saíram do senso comum para o senso alternativo, mas continuam presos à necessidade de pertencimento.

Pensar de outro modo é mais do que discordar: é desconfiar da própria certeza, desmontar ideias que nos confortam, revisitar opiniões que nos definem. É arriscar ser incoerente para não ser autômato. É abrir mão da pose de coerência para viver a dúvida como método.

Filosofar não é pintar verdades, mas riscar o chão da ignorância com perguntas incômodas. É suportar o ridículo do não saber e, ainda assim, continuar falando — não para convencer, mas para tentar entender.

A maior tragédia do pensamento não é o erro, mas a estagnação. E os que gritam por liberdade sem aceitar a contradição revelam que nunca pensaram por conta própria. Apenas reproduzem com paixão o que ouviram com medo.

No Planeta Morte, pensar diferente é perigoso. Pode te fazer rir de onde todos choram. Pode te isolar, te exaurir, te libertar. Mas, sobretudo, pode te devolver — por um instante — a humanidade que tantos abandonaram.