Capítulo XIII – Comportamento Social e Antissocial

Comportamento social
“Todo comportamento social tem um preço: fingir que gostamos dos outros.”

A vida em sociedade é uma peça de teatro contínua, onde o roteiro muda a cada plateia e o figurino depende do ambiente. O comportamento social, em grande parte, não passa de encenação — uma tentativa de manter a paz superficial enquanto alimentamos o caos interior.

Já o comportamento antissocial, longe de ser uma simples grosseria, é muitas vezes um grito por autonomia, um rompimento com a mentira coletiva. Mas nem todo antissocial é lúcido, assim como nem todo social é hipócrita. Entre o silêncio resistente e o falatório fútil, existe uma zona cinzenta onde quase todos habitamos.

Vivemos cercados por códigos invisíveis: sorria para agradar, concorde para ser aceito, elogie para sobreviver. E quem recusa esses códigos se torna ameaça. É tachado de mal-humorado, estranho, ou — ironia maior — antissocial, mesmo que só esteja cansado da hipocrisia institucionalizada.

Ao mesmo tempo, o comportamento social autêntico — aquele que nasce do respeito e não da conveniência — é tão raro quanto valioso. São os que falam pouco, mas escutam bem. Os que não tentam agradar, mas também não agridem. Que não seguem manuais de etiqueta, mas intuem decência.

O Planeta Morte é rico em ambos: sociais profissionais e antissociais militantes. Os primeiros vivem de aparência. Os segundos, de negação. E ambos, curiosamente, dependem um do outro para se definir.

Talvez o segredo não seja escolher um lado, mas saber quando atuar — e quando, enfim, sair do palco.