O Pernicioso Imperialismo Americano

Introdução

Imperialismo & Colonialismo

Este livreto propõe-se a examinar a Conjuntura Atual — o tempo presente e seus desdobramentos — mas, como se sabe, o presente não brota do nada. Há sementes antigas, bem plantadas, e entre elas, uma das mais venenosas atende pelo nome de imperialismo americano.

Não faremos aqui uma aula de História. Basta um sobrevoo. Um olhar enviesado para trás, só o suficiente para revelar a mão pesada dos Estados Unidos em nosso destino, desde o pós-Segunda Guerra até hoje. Citaremos, pois, alguns episódios essenciais dessa longa e perversa interferência:

  1. As mentiras dos EUA não começaram ontem. Após a Segunda Guerra, venderam-se como salvadores da humanidade, mártires das forças aliadas, heróis do Ocidente. Mas perderam apenas 400 mil soldados — contra 27 milhões de soviéticos, os verdadeiros vencedores. Até os derrotados perderam mais: Alemanha (5,3 milhões), Japão (3 milhões), Itália (500 mil).
  2. A Operação Condor — um Big Brother da morte. JK foi um dos alvos monitorados. A operação coordenada pelas agências americanas financiou espionagem, sequestros, assassinatos e repressão em massa nas ditaduras da América do Sul a partir de 1975.
  3. O golpe de 1964 não foi apenas nacional. Jango propunha reforma agrária. Isso, por si só, era demais para os latifundiários — e para Washington. Os EUA apoiaram ativamente sua queda, com logística e pressão diplomática.
  4. O golpe parlamentar-midiático de 2016 também não foi obra só nossa. A deposição de Dilma Rousseff teve apoio internacional. O desemprego nunca voltou aos níveis anteriores. Logo em seguida, empresas estrangeiras avançaram sobre petróleo, energia e alimentos.
  5. E isso não aconteceu só aqui. Argentina, Chile, Cuba, Guatemala, Haiti, Panamá, Paraguai, Peru, Venezuela... A lista é longa. A receita é a mesma: lawfare, mídia, fantoches, calúnias, dólares para subornar juízes e militares. E quando a crise é ativada, até os europeus entram no teatro, fingindo diplomacia.

Mas não falemos só do passado. O imperialismo, como tudo que é tóxico, se atualiza com elegância hipócrita. Hoje, a ameaça americana vem embalada em discursos sobre meio ambiente e comércio justo. Mas logo surgem as sanções, sobretaxas e bloqueios, enquanto a Europa, como sempre, abana o rabo.

No entanto, o tiro pode sair pela culatra.

O Brasil, celeiro do mundo, pode redirecionar suas commodities ao mercado interno. E com isso, os preços locais de alimentos cairiam — e o povo se fartaria de picanha. Já os europeus, sem gás russo nem carne brasileira, passarão um Natal de repolho e saudade.

Quem viver, e tiver protegido os olhos da radiação, verá.