O Podre de Direita

Ilustração sarcástica de um burrico político
“O pior analfabeto é o analfabeto político.” — Berthold Brecht

O Podre de Direita é uma figura fascinante — como um fósforo aceso no meio de um posto de gasolina: barulhento, perigoso e achando que está iluminando algo.

Ele não é um conservador legítimo, nem um liberal convicto. É uma mutação ideológica que se informa por memes, ora delira com teorias de WhatsApp, ora invoca ditadores como quem pede bênção no culto de domingo.

Sua função social? Nenhuma, exceto talvez servir de exemplo para o que acontece quando se mistura ressentimento, ignorância e acesso à internet sem moderação.

Ele grita “liberdade!” enquanto sonha com censura para tudo que não entende. Ele diz que “pensa com a própria cabeça”, mas só ecoa o que ouviu do youtuber favorito entre uma live e outra de suplementação de testosterona.

Quando pobre — e isso acontece muito — transforma-se numa espécie rara de autossabotador em massa. Vota contra si mesmo, defende o opressor, luta para continuar sendo explorado, e acha que está “lacrando”.

A direita quer manter ou ampliar a desigualdade. A esquerda, com todos os seus defeitos, tenta reduzi-la. É só isso. Difícil de entender?

O pobre de direita aplaude quem corta seus direitos, grita contra o SUS enquanto toma dipirona no postinho, e se sente um general quando repete “bandido bom é bandido morto” — mesmo que seu primo esteja preso por furto de bicicleta.

Mas ele não é um acidente. É o produto bem acabado de décadas de TV viciada, escola sem estrutura, e um sistema feito para mantê-lo em eterna guerra contra quem está ao lado, nunca contra quem está em cima.

Se houvesse um manicômio para ideias, o podre de direita teria ala própria, com direito a camisa de força patriótica, Bíblia de plástico para abençoar a insanidade e um fuzil de brinquedo para se sentir útil.