Epílogo – Para uma Espécie Apressada

“Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana, mas sobre o universo ainda não tenho certeza.” — Albert Einstein

Enquanto você lia este livro, a probabilidade de uma guerra nuclear aumentou ligeiramente. Não por culpa sua — claro — mas porque canalhas e estúpidos também têm acesso a botões vermelhos.

Vivemos tempos tão grotescos que uma guerra nuclear já não parece um filme, mas um noticiário possível. A estupidez, como Cipolla previu, não tem limites. E a tecnologia, como se sabe, não tem freios morais.

Líderes ressentidos. Países paranoicos. Arsenais atômicos alimentados por algoritmos e testosterona. A equação é simples. O resultado, previsível. O espanto, inútil.

Este livro não traz salvação. Nem esperança. Mas traz algo que talvez valha mais: a consciência do abismo — e o riso diante dele.

Se o fim vier, que nos encontre de olhos abertos, espírito irônico e a lucidez em ordem. E se não vier, melhor ainda: continuamos aqui, escrevendo sobre canalhas até que eles desistam. Ou queimar tudo juntos, com estilo.

Esta obra termina com uma hipótese desconfortável, porém estatisticamente plausível: a de que, entre os anos de 2026 e 2032, uma guerra nuclear localizada — ou nem tanto — redefinirá a noção de civilização.

Não por profecia, mas por pura observação da lógica histórica: potências armadas, líderes instáveis, mercados indiferentes, populações crédulas. Os ingredientes estão todos à mesa. Só falta o fósforo.

Quando vier (porque não é mais se, e sim quando), restarão poucos para contar. Talvez a IA. Talvez este livro. Talvez ninguém. O silêncio absoluto sempre teve um apelo estético forte.

Seja como for, que o fim venha com um pouco de lucidez ou ao menos com uma boa frase de encerramento:
Neste livro, aqui não — não paga a pena falar, não tem graça.