COMPOSITORES FALAM DE COMPOSITORES
*** Sobre CHOPIN
"Nenhum músico da nossa época propôs algo verdadeiramente novo e próprio, salvo Chopin." - Shumann.
"Tiremos o chapéu, meus senhores, um gênio!"
- Schumann, após ouvir as Variações sobre o tema de Mozart "La ci darem la mano", para piano e orquestra em si bemol maior - Op.2 - (1827).
"Os aplausos redobrados não bastavam para o nosso encanto diante desse talento revelador de uma nova fase no sentimento poético e de tão felizes inovações na forma de sua arte."
- Liszt, idem.
"Ajoelhamo-nos diante daquele que traz a marca do gênio, mas dedicamos íntima venereção àqueles que, como Chopin, só se utilizam desse dom para dar vida e expressão aos mais belos e nobres sentimentos."
- Liszt, em carta
*** Sobre Strauss II
"As maravilhas de Beethoven no aspecto da inovação acabam sendo demasiado elevadas e só atingem parcelas reduzidas das minorias que são seus ouvintes. Já Strauss apela intencionalmente ao público mais popular e, ao copiá-lo, seus muitos imitadores contribuem, inevitavelmente, para estender sua influência."
- Berlioz.
*** Sobre Rossini
"Eu sempre soube que Rossini era preguiçoso."
- Donizetti, em comentário brincalhão, ao saber que Rossini havia escrito O Barbeiro de Sevilha em 13 dias. Afinal, Donizetti escrevia suas óperas em 10 dias!
*** Sobre Haydn
"Com ele, aprendi a escrever quartetos."
- Mozart.
*** Sobre Bramhs
"Trata-se, provavelmente, do começo da estrutura polirrítmica de muitas partituras contemporâneas."
Arnold Schoenberg, ao analisar os fragmentos nos quais surge a mistura de ritmos, em peças que - Brahms escreveu para piano, de dificílima execução.
*** Sobre Beethoven
"Um pesadelo para todos os compositores que vieram depois de Beethoven."
- Debussy, classificando a Nona Sinfonia.
Em um famoso encontro em Viena, na primavera de 1787, Beethoven, então com 16 anos veio tocar diante de Mozart. Ao ouvir as improvisações de Beethoven sobre o tema das Bodas de Fígaro, disse Mozart:
"Figuem de olho nele: um dia ele fará o mundo falar dele."
*** Sobre Mendelssohn
"É o homem mais eminente... um diamante caído do céu, a natureza de artista mais cultivada da época.
- Schumann.
*** Sobre Mozart
"Mozart é bom e admirável."
- Beethoven.
"Que eu tenha consagrado minha vida à música - isso eu devo a Mozart."
"A música de Mozart nem me deprime nem me exalta, apenas me enfeitiça; escutar a sua música é algo que me produz uma alegria pura, é algo que desperta em mim um sentimento quente, uma sensação idêntica à de ter realizado uma boa ação.
- Tchaikovsky.
"O Gênio da luz e do amor na música alemã."
- Richard Wagner.
"O nascimento da melodia mozartiana é a revelação da alma humana buscada por todos os filósofos."
- Richard Strauss.
*** Sobre Bach
"Um herege talvez se convertesse ouvindo Bach, porque Bach é Bach, como disse Beethoven, e eu vos diria, como Deus é Deus".
- Hector Berlioz.
"Se se quiser conhecer a maravilhosa originalidade, a força e o significado do extraordinário gênio alemão, está ele representado na suprema genialidade musical de Bach".
- Richard Wagner.
"Bach é como um astronômo, que descobre as maravilhosas estrelas através da Ciência com o auxílio dos números. ... Eu, não vôo tão alto. Há muito tempo decidi que a alma e o coração do homem serão o meu mundo. É aí que eu procuro as nuanças de todos os sentimentos que transfiro para a música da melhor forma possível".
Frederic Chopin.
"Bach é o sublime mestre da harmonia, e sua música chega diretamente ao coração".
Beethoven.
*** Sobre Liszt
"Escrevo, mas nem sei sobre o que, pois neste momento Liszt está executando meus Estudos. Gostaria de poder roubar-lhe sua maneira de tocá-los."
- Chopin, em carta.
"Eis aquele que, pela primeira vez, teve confiança em meu talento, quando eu era ignorado por todos. Aquele sem o qual, talvez, jamais teríeis ouvido uma nota de minha música: o meu caríssimo Franz Liszt."
- Richard Wagner, interrompendo as aclamações, ao final de uma apresentação de O Anel dos Nibelungos.
*** Sobre (o Norueguês) Grieg
"Um bombom envolvido em neve."
- Claude Debussy.
*** Sobre Tchaikovsky
"A vulgaridade das cantilenas de Tchaikovsky, a sua falsa emoção, a intrepidez com a qual submerge no trivial, a sua complacência em demonstrar-nos a sua total carência de gosto, provocam a comiseração mais profunda, exceto nos instantes em que nos dão náuseas."
César Cui, a propósito da ópera 'Oprichnik'.
"A obra é bonita, ardente, está maravilhosamente orquestrada e é melodiosa e soberba."
César Cui, a proósito da estréia de 'The Tempest', e, já reconhecendo o talento de Tchaikovsky.
"É simplesmente fascinante. Costumo interpretá-la frequentemente e por isso deveria dar-te um abraço. Nela há a ternura e a nostalgia do amor, e muito mais."
- Mily Balakirev, em carta, a respeito da peça 'Romeu e Julieta'.
*** Sobre Ravel
"Sempre pensei que Ravel, longe de ser o 'enfant terrible' que num primeiro momento muitos imaginaram ser, nos oferece o caso excepcional de algo assim como um menino prodígio cujo espírito, milagrosamente cultivado, fizera sortilégios por meio de sua arte... Arte audaz, de distinção suprema e rara perfeição, cujos procedimentos de escritura, estreitamente ligados a uma escolha exata dos meios sonoros adequados, sempre obedece à intenção criadora.
Felizmente, parece ser unânime o acordo em reconhecer o marcado caráter francês da arte de Ravel, ainda que através de temas exóticos. Difícil, com efeito, negar tal caráter francês... porém, ademais dessa qualidade que nele sobressai, outra não menos bela nos oferece o estilo raveliano tão firme e puro em sua audácia, ao mesmo tempo claro, ordenado e preciso: quero referir-me à sua ausência de vaidade, virtude saliente se lembrarmo-nos de que Ravel compôs a maior parte de sua obra em tempos nos quais se exigia que a música - então sofrendo estranhas influências - aparentasse pelo menos certa altiva ambição daquilo que se considerava como transcendental."
- Manuel de Falla.
*** Sobre Wagner
"Com os últimos acordes de 'O Crepúsculo dos Deuses' senti-me como um prisioneiro libertado da sua cela. Tenho a absoluta certeza de que não houve ninguém que compôsnada de mais comprido, de mais lânguido, de mais aborrecido do que o ciclo dos Nibelungos. Houve tempos em que a música era criada para os ouvintes. Com Wagner, converte-se em suplício e cansaço."
- Tchaikovsky, em 1876, recordando sua recente assistência, em Bayreuth, à primeira representação integral das quatro óperas que compõem 'O Anel dos Nibelungos'.
*** Sobre Bramhs
"Para o ouvinte comum, a música de Brahms demora a se revelar. O crítico, em "Uma Nova História da Música" (1958) afirmou que "só a partir dos 40, 50 anos de idade, com a experiência da vida, abrem-se as portas desse reino fechado". Continua o crítico: "Foi homem áspero, intratável; mas não inacessível. Sua música precia dura a muitos; e ainda parece assim a alguns. Não se abre logo nem com facilidade. É preciso aprender a ouvir Brahms. Quem lhe recusar esse estudo, perderia o acesso a um patrimônio espiritual que só poderia desaparecer com nossa música toda e com a nossa civilização". Este raciocinio parece ter virado hábito. O ouvido precisaria amadurecer a fim de entender Brahms. Mas talvez a humanidade já tenha envelhecido o suficiente para enfrentá-lo.
- O crítico Otto Maria Carpeaux, em "Uma Nova História da Música" (1958) .
" *** Em carta enviada por Haydn a Franz Roth, em 1787, ele esclarece como a relação com a forma mudou após ter conhecido Mozart.
“Você me pede uma ópera buffa… Envio com todo prazer, se você quiser ter uma das minhas composições vocais para sua coleção pessoal. Mas se você pretende apresentá-la em Praga, não posso corresponder ao seu desejo, pois todas as minhas óperas são muito ajustadas ao nosso gosto local e, além disso, elas não produziriam o efeito apropriado em Praga. Seria outra coisa se eu tivesse a sorte de compor com novo libreto para o seu teatro. Mas, mesmo assim, eu estaria arriscando um ótimo contrato, pois dificilmente qualquer homem pode ser comparado ao grande Mozart. Se eu pudesse imprimir na alma de cada amante da música, e nas grandes personalidades em particular, o quão inimitável são as obras de Mozart, o quão profundas, o quão musicalmente inteligentes, o quão extraordinariamente sensíveis (pois é assim que as percebo, como eu as sinto), então as nações competiriam umas com as outras para possuir essa joia dentro de suas fronteiras. Praga deve segurar logo esse grande homem – mas deve recompensá-lo também…
Irrita-me pensar que este Mozart incomparável ainda não está contratado por nenhuma corte real ou imperial! Perdoe-me se perdi minha cabeça: mas eu amo esse homem tão querido.”