Manual Prático de Convivência com Pessoas em
Sofrimento Psíquico (como a Esquizofrenia)
1. Não ter vergonha: a
dignidade é o primeiro remédio
• A esquizofrenia não é falha
moral, nem fraqueza de caráter: é uma condição médica, com altos e baixos.
• O pior veneno é o estigma.
Se a família se envergonha, o doente se sente rejeitado, aumentando seu
sofrimento.
• Regra de ouro: quando a
pessoa estiver se comportando normalmente, trate-a exatamente como trataria
qualquer outro.
2. Tempo e presença valem
mais que remédio
• O convívio próximo, sem
cobranças excessivas, dá segurança.
• O tempo compartilhado tem
efeito terapêutico.
• A paciência é um
investimento: cada minuto de atenção pode evitar horas de crise.
• Nise da Silveira mostrou
que a arte liberta mundos interiores onde a palavra não chega.
• A arte não apaga a
esquizofrenia, mas oferece saída criativa para transformar dor em obra.
• O familiar deve valorizar
cada criação, não importa a estética, importa a expressão.
• A música desperta zonas
profundas da mente, muitas vezes intocadas pela doença.
• Quando tocam, cantam ou
apenas escutam música, a ponte entre vocês se torna sólida.
• Ofereça músicas que
marcaram a vida da pessoa ou que ela mesma escolha.
5. Como lidar com crises sem
romper vínculos
• Evite confronto direto com
delírios ou alucinações — isso pode aumentar a angústia.
• A agressividade costuma ser
resposta ao medo, preconceito ou sensação de estar encurralado.
• Postura recomendada:
firmeza calma. Nem submissão, nem provocação.
6. O papel da família e dos
amigos
• Ser ponte entre o mundo
real e o mundo interno.
• Estimular adesão ao
tratamento médico, mas sem reduzir a pessoa a um diagnóstico.
• A esquizofrenia é um
detalhe da vida do amigo, não o todo.
Resumo:
• Não se envergonhar.
• Tratar como normal, quando
normal.
• Dedicar tempo e presença.
• Usar a arte como canal de
cura.
• Abrir as portas da amizade
com música.
Engº Amado Gabriel da Silva / IAs