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Revista EngWhere Orçamento, Planejamento, e Gerenciamento de Obra. Para engenheiro, arquiteto e construtora
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ORÇAMENTOS, PLANEJAMENTOS
E CANTEIROS DE OBRAS
Para o Engenheiro e o Arquiteto
 
Ano 04 . nº 31 . 01/06/2004
 
Nesta Edição

Controle & Descontrole na Obra
Marketing Empresarial:  O Gerente e o Chaveiro
Qualidade Real: Por Que ISO 14000?
Ética e Educação:  Pessoa Humana e Empresa
Comércio Exterior:  A Nova Ordem Mundial - Os acordos Bilaterais de Comércio 
Ambientalista: Atividade de Risco no Rio de Janeiro

É exagero dessa turma da Segurança não deixar transportar o pessoal em carrocerias. Em 33 anos de obra apenas 1 vez, e por descuido, a caçamba basculou e foi despejando peão pela pista, e ninguém saiu machucado.
Paródia .  
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRA
     
   Poesias de Álvaro de Campos 
   Ensaio

Poema em linha recta

Nunca conheci quem tivesse levado uma porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam..
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Pessoa difícil

Nossos planejamentos não têm agradado
Porque são pequenos...
Condensando, enxugando, cortando o inútil
Não conseguimos transformá-los nos livretões de 120 páginas
Que enchem os olhos de todos.

Da mesma forma as nossas programações de obra,
Sem pelo menos umas 20 colunas nunca impressionarão.

... e embalde insistimos que não é certo serem prolixos.

Se cotamos inadequadamente 1 quilo de pregos,
e somos pegos em fragrante, todo nosso orçamento é condenado, e os demais não serão dígnos de fé.

Se deixamos por um único dia de portar o crachá
Somos chamados na Diretoria por não estarmos dando o exemplo.

Somos só fracasso, enquanto desconhecemos as regras da bajulação.

Se sentimos dificuldades em entender coisas não inteligentes - e portanto inaceitáveis na profissão - nós é que passamos por imbecis.

Se lutamos para cobrar o serviço extra-contratual somos rotulados de brigões.
Se insistimos é porque somos teimosos
Opostos ao Funcionário Modelo que não compromete o empreguinho do Chefe.
E sabemos coisas que ele desconhece
Então somos do contra.

Não pega bem ser amigo do peão que cai o nível
Mas é de bom tom dedicar a amizade ao Superior.
E até ser malcriado - mudou o conceito -
É que é ser produtivo.

Ênio Padilha . MARKETING EMPRESARIAL   

Construção e Engenharia Civil O Gerente e o Chaveiro

Ênio Padilha
Engenheiro, escritor e palestrante.
Formado pela UFSC, em 1986, especializou-se em Marketing Empresarial na UFPR, em 1996/97.
Escreve regularmente e seus artigos são publicados, todas as semanas, em diversos jornais do país.
eniopadilha@uol.com.br

É uma parábola, naturalmente, e nem é tão original assim, mas vale a pena recontar.

Eu estava em João Pessoa, na Paraíba apresentando um dos meus cursos. Lá pelas tantas, para ilustrar um dos conceitos que eu estava apresentando um colega participante contou essa história: aconteceu em Recife, numa agência do Banco do Brasil, já se vão uns 25 ou 30 anos. Ele jura que a história é verdadeira e que ele presenciou tudo pessoalmente pois trabalhava na tal agência...

Nove horas da manhã. O gerente foi avisado por um dos funcionários de que o cofre estava apresentando um problema. Estava travado e não abria, de jeito nenhum. O gerente foi até lá e acompanhou as tentativas desesperadas dos seus auxiliares para destravar o cofre e nada. Todos os documentos importantes do banco e também o dinheiro para o funcionamento das operações do dia estavam lá dentro. O cofre tinha de ser aberto.

Sem outra alternativa, mandou chamar o chaveiro, seu Sebastião, um velho um tanto rabugento porém muito competente. Seu Sebastião chegou ao local, com sua maleta de ferramentas, ouviu as explicações dos funcionários, avaliou cuidadosamente a situação, encostou o ouvido no cofre. Mexeu um pouquinho o redondo do segredo, combinou com um movimento no trinque e, "voila" cofre aberto. Aliás, não apenas o cofre se abriu. Abriram-se também sorrisos nos rostos até então angustiados de todos os presentes, que puderam, enfim, respirar aliviados.

"Quanto lhe devemos, seu Sebastião", perguntou o gerente.

" Duzentos reais", respondeu o velho, sem mudar o semblante. (estou atualizando os valores, para melhor entendimento da história)

-- "O que ??? O senhor deve estar brincando."

-- "Não senhor, Eu não brinco em serviço. São duzentos reais."

-- "O senhor está roubando", falou o gerente, alterado. "Está tentando tirar proveito da situação. É um desonesto. Não vou pagar isso tudo..."

Seu Sebastião nem esperou o gerente terminar a frase. Bateu a porta do cofre, juntou sua maleta e saiu porta à fora, resmungando qualquer coisa. Todos se olharam perplexos e, ato contínuo, correram para o cofre na esperança de que ainda estivesse destravado.

Não estava. Tentaram repetir a operação feita pelo velho chaveiro mas não funcionou. Nada funcionava. A porta do cofre estava, definitivamente, travada.

Todos olhavam para o gerente com aquela cara de "olha só o que você fez". E a fila de gente aumentando lá fora. E o relógio caminhando para a hora fatídica de abrir o banco. E não havia nada que se pudesse fazer.

Aliás, havia: chamar o Seu Sebastião de volta e pagar o que ele estava pedindo.

Convenceram o gerente de que essa era a melhor (a única saída). E foram chamar o seu Sebastião que estava lá na sua oficina, furioso da vida.

"De jeito nenhum que eu volto lá. O sujeito me chamou de ladrão e desonesto"

"Mas seu Sebastião. Ele estava nervoso. Já mudou de idéia..."

Tentaram todos os argumentos até que seu Sebastião concordou em voltar. Com uma condição:

"Ele tem que me pedir desculpas"

Foi outra dificuldade, mas os funcionários convenceram o gerente e ele pediu desculpas ao seu Sebastião que, enfim, voltou ao trabalho (Uma mexidinha no redondo do segredo, combinada com um movimento no trinque... cofre aberto).

O gerente, ainda contrariado, ordenou a um dos funcionários: "Pague os duzentos reais do homem"

Seu Sebastião interrompeu: "Não, senhor. Não são duzentos reais. São quatrocentos. Eu abri o cofre duas vezes."

O gerente quis reagir mas foi fulminado por meia dúzia de olhares dos seus colegas. E seu Sebastião saiu da agência com os seus quatrocentos reais.



Como é uma parábola, tem moral da história:
1. O preço do seu serviço não está no que você faz e sim no que você sabe;
2. Não tenha medo de cobrar pelo seu serviço.
3. O preço do seu serviço está diretamente ligado ao valor que ele tem para o seu cliente (e isso depende, muitas vezes, das circunstâncias)

Leia outros artigos no site do Especialista: http://www.eniopadilha.com.br

Coluna do Pimpão   
Engenharia Civil
ATENÇÃO ESTUDANTE
Nós os engenheiros estamos sempre muito atarefados, concentrados e envolvidos na resolução de nossos altos problemas, por isto pedimos a gentileza de não nos interromper quando estivermos meditando com perguntinhas cujas respostas encontram-se nos dicionários. Habitue-se a consultá-los para sanar grande parte de suas dúvidas, e aproveite para aprender a ler e escrever com eles, que as escolas de engenharia estas matérias não ensinam.
Precisa-se de engenheiro
Para trabalhar como mestre da obra - com carro, notebook e celular; com conhecimentos em autocad para substituir o desenhista, com carteira de motorista para substituir o motorista, e com prática em datilografia para substituir a datilógrafa.
Salário de seiscentos + gasolina (caso o profissional prefira apenas alugar o carro, o notebook, o celular, a máquina de escrever, a calculadora e a prancheta, o pagamento passará a ser de de seiscentos e cinqüenta por mês).
      Deu no Jornal
Agenda, Memos & CI's     

Nosso Titular, com direito à foto, dá uma canja em reportagem do Caderno Dinheiro da Folha de S.Paulo de 16/05/04.

Desemprego surpreende engenheiro
Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1971, o engenheiro civil Amado Gabriel da Silva é o retrato de uma época em que a idéia de retração da economia era inconcebível.
Recém-saído da faculdade, pegou carona na avalanche de obras públicas realizadas ao longo dos anos 70: participou das construções da rodovia dos Bandeirantes (SP), da usina hidrelétrica de Itaipu (PR), da instalação de subestações elétricas no Norte.
Os anos passaram, planos econômicos se sucederam, o crescimento econômico não se sustentou e Silva foi pego de surpresa pelas falências de empreiteiras nas quais trabalhava.
Hoje, aos 57 anos, tem duas ocupações: comercializa um software que criou para obras e é planejador em uma construtora.
"Eu nunca tive receio do desemprego. Tinha 2000 funcionários sob o meu comando. Se ficasse desempregado, 2000 pessoas também ficariam", afirma o engenheiro.
Com 33 anos de contribuição ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), está a dois anos da aposentadoria.
Ele critica a reforma previdenciária: "Foi uma brincadeira o que aconteceu. Aquele sonho de descansar não existe mais."

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. EngWhere - Software do Engenheiro e Arquiteto
Versão Profissional
____
0**35 3535-1734
Coluna do Borduna    
Construção Civil
  • Prezado Gerente
    Lamentavelmente desconhecemos qualquer Sistema Informatizado de Planejamento e Controle de Produção de Obra, ou melhor, não existe nada completo e de qualidade, e pelo nosso entendimento não existirá tão cedo, principalmente de Controle, já que cada um tem concepção própria.
    Podemos sugerir-lhe uma miscelânea de softwares e recursos e, principalmente, não se esquecer do velho e eficiente planejamento e controle manuais.
    Alguns exemplos:
    - Planeje seu próprio Sistema de Implantação: defina suas metas, o que irá controlar (o que precisa ser controlado) e cuidado com os modelos muito abrangentes que, antes que economizar serviço, darão ao seu sistema a rigidez de uma múmia egípcia.
    - Textos e apresentação: utilize o WORD;
    - Tabelas de controle e de acompanhamento: o Excel é ainda o mais eficiente;
    - Cronogramas: utilize o MSProject (não o utilize para mais nada, inclusive para controlar custos ou elaborar o PERT automático);
    - Controle de Despesas, de Custos, Curvas ABC, dimensionamentos resultantes do Orçamento da obra e outras ferramentas: o EngWhere é incomparavelmente o melhor. Irá requerer uma dobradinha com o Excel principalmente nas somatórias de tabelas e no acompanhamento;
    - PERT: o único que funciona, ainda, é o Pert manual. O melhor recurso que a ferramenta oferece não é o resultado impresso, ou a apresentação, mas o próprio ato de elaborá-lo que o ensinará a executar a obra (o que não permite os programas que geram-no automaticamente com base em cronogramas de barra).
    - Tenha em mente, ao oferecerem-lhe produtos mágicos de controle de obra, que não há necessidade nenhuma de se controlar pêlos em casca de ovo, ou cisco em bunda de santo.
    - Muna-se de bons profissionais.
Luís Renato Vieira . QUALIDADE REAL   
Construção e Engenharia Civil   Por Que ISO 14000?
 
Luís Renato Vieira
Diretor da empresa Qualidadereal Cons. e Assessoria S/C Ltda.
Empresa especializada em implantação de sistemas da qualidade e gestão ambiental.
qualidadereal@ig.com.br


A aplicação de procedimentos conforme os requisitos da NBR ISO 14001 na organização, permite a mesma, formular uma política ambiental, que leva em conta os requisitos legais e informações relativas aos aspectos e impactos ambientais significativos oriundos das atividades da empresa.
A empresa que deseje implementar, manter e aprimorar um Sistema de Gestão Ambiental, assegurar que este sistema esteja em acordo com a política ambiental formulada, demonstrar tal conformidade a terceiros (clientes, fornecedores, autoridades ambientais) e buscar uma certificação, deve utilizar os requisitos da NBR ISO 14001 para elaborar um Sistema de Gestão Integrada (qualidade e meio ambiente) e sustentável.
Quando falamos aqui sobre meio ambiente, entenda-se: Circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações e o próprio interior das instalações da empresa.
A importância maior esta na necessidade da organização estabelecer, manter uma política ambiental e assegurar que seja apropriada à natureza, escala e impactos das suas atividades. A empresa deve se comprometer com processos de melhoria contínua, prevenção quanto à poluição, agir conforme a legislação (isto evita multas e penalidades legais).
Outra atividade de um Sistema de Gestão Integrada ou apenas de Gestão Ambiental, esta no fato da organização se obrigar a identificar os aspectos ambientais significativos que seus processos produtivos geram ou tenham influência direta ou indireta nos impactos ambientais. Este processo de identificação é a grande oportunidade de envolvimento dos funcionários e colaboradores com a intenção organizacional de manter um Sistema de Gestão Integrado ou um sistema de Gestão Ambiental.
A implementação e operação dos Sistemas de Gestão, obriga a organização manter uma estrutura organizacional apropriada e a definição de responsabilidades para facilitar uma gestão eficaz.
O responsável pelo sistema deve manter objetivos, metas e programas ambientais compatíveis com a política ambiental, sem esquecer da conscientização e treinamento dos colaboradores, dos processos de comunicação interna e externa, manter o controle de documentos e o controle operacional.
Com relação a possíveis acidentes, podemos dizer que empresas que possuem Sistemas de Gestão Integrada ou Gestão Ambiental, estão relativamente tranqüilas, pois estes sistemas, prevêem o atendimento a situações de emergência. Estes processos de atendimento à emergência, esta incluindo o treinamento de pessoal para eliminar ou minimizar os impactos ambientais que os acidentes podem causar e evitar o prejuízo da empresa com relação a pagamento de multas e a repercussão negativa da opinião pública.
Como vemos, a utilização da NBR ISO 14001 num sistema integrado com a NBR ISO 9001, é muito interessante, pois além de viabilizar processos com qualidade e respeito ao meio ambiente, a empresa estará agindo com a chamada responsabilidade civil, que deve ser o respeito com o trabalhador, proporcionando um local de trabalho adequado as atividades da organização.


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Fone/Fax.: (41) 336-0921
Paulo Sertek . ÉTICA E EDUCAÇÃO   

Construção e Engenharia Civil  Pessoa Humana e Empresa

Engº Paulo Sertek
Mestre em Tecnologia e Desenvolvimento
Engenheiro Mecânico e Professor de Cursos de Pós-Graduação em Ética nas Organizações e Liderança
Pesquisador em Gestão de Mudanças e Comportamento Ético nas Organizações
Assessor empresarial para desenvolvimento organizacional
psertek@xmail.com.br

TAYLOR(1), um dos fundadores do sistema de administração científica, em inícios do século passado aplicava os conceitos de tempos e métodos à produção e com isto, através da partição dos trabalhos nos seus elementos átomos conseguia resultados espetaculares de produtividade. Este procedimento apoiava-se na concepção de eficácia na divisão entre trabalhos de planejamento e trabalhos de pura execução. Também em inícios do século passado FAYOL(2), apoiado em semelhantes idéias de divisão do trabalho estabelece a "teoria clássica da administração" desenvolvendo os seus 14 princípios básicos. Nasce com isto a organização burocrática funcional, departamentalizada cuja influência permanece até os dias de hoje. Os princípios fundamentais são:
1. Toda responsabilidade há de ser acompanhada da necessária autoridade (responsabilidade-autoridade)
2. Todo subordinado deve depender de um único chefe (unidade de mando)
3. Existem limitações no número de subordinados que um chefe pode supervisionar ( span de controle).
4. Cada objetivo deve ter um único responsável (unidade de direção).
A escola da administração cientifica nasce com a idéia de solução universal para a administração de empresas ou qualquer tipo de instituição. Este modo de administrar se apóia fundamentalmente na prioridade do tecnológico, da atividade ou função sobre a pessoa. "A teoria clássica das organizações surgiu da necessidade de encontrar as linhas mestras para administrar organizações complexas como as fábricas"(3).
Por uma questão de eficácia, a divisão do trabalho favorece a especialização e com isto a capacidade de atingir melhor qualidade ao atribuir um número menor de atividades a cada pessoa. Para trabalhos especializados, pode-se treinar as pessoas mais afeitas a determinadas funções, obtendo assim maior eficácia nos procedimentos de desenvolvimento das tarefas. O princípio de divisão entre tarefas de planejamento e de execução apóia-se também num critério de eficácia técnica, pois aquele que se dedica a estudar o conjunto das atividades e tem uma formação mais acurada, em princípio, é capaz de organizá-las melhor e, portanto definir melhor as tarefas que devem ser executadas pelos outros.
Foram inegáveis os ganhos técnicos deste sistema, mas à custo da conversão do homem em engrenagens de uma máquina. Esse modo de proceder põe a eficácia técnica do trabalho ou da função como prioridade na organização da empresa. As necessidades das pessoas na organização, não sendo contempladas, afetam a dimensão essencial do ser humano: um ser que não pode ser tratado como simples meio ou recurso no processo organizativo. A dignidade da pessoa humana requer o respeito e adequação do trabalho à sua natureza de caráter racional e livre.
"O Princípio personalista não é novo na história da ética, e poderíamos remontar-nos há muitos séculos atrás para rastrear suas origens. Por exemplo. Cícero afirmava que <<os homens foram criados para que cada um pudesse fazer bem ao outro>> (De officiis, I,IV), Aristóteles, santo Agostinho e santo Tomás de Aquino o reafirmaram de um modo ou de outro. Seja o que for da história, de todos os modos muitos coincidem em referi-lo principalmente a KANT, que escreveu em diversos lugares afirmações como esta: <<atua de modo a tratar a humanidade, tanto em tua própria pessoa como na pessoa de todos os demais, sempre e ao mesmo tempo como um fim, e jamais como um meio>> (Metafísica dos costumes). Posto de forma negativa, o princípio estabelece a falta ética de comportamentos que visem instrumentalizar ou mediatizar as pessoas" (4).
BARNARD(5) promove outra abordagem para a administração de empresas desde uma perspectiva mais voltada para as pessoas. Assim, "chegou à sua tese central: uma empresa só pode operar com eficiência e sobreviver quando os objetivos da organização são mantidos em equilíbrio com os objetivos e as necessidades dos indivíduos que para ela trabalham"(6).
As estruturas organizativas foram adquirindo perfis mais de acordo com a dignidade da pessoa. À medida que se reconhecem fatores motivacionais mais elevados das pessoas que fazem parte da organização, a configuração do trabalho vai sendo enriquecida para que haja espaços para maior liberdade e, portanto um maior sentido para a atividade. Estabelece-se um processo de concausação, em que o modelo de pessoa que serve de base para o desenho da organização configura as linhas mestras da estrutura organizacional e também a sua cultura e esta por retroalimentação, desenvolve ou inibe o crescimento da pessoa. "A imagem de pessoa - o modelo de homem - que foram utilizados oscilará entre o que tem usado tradicionalmente a economia - homem econômico - , e o aquele que é um pouco mais complexo - já que tem em conta ao menos uma parte das limitações de conhecimento próprias do ser humano - introduzido por Herbert Simon com o nome de administrative man"(7).
"Apesar de BARNARD enfatizar o trabalho dos administradores executivos, ele também dava atenção considerável ao papel do trabalhador individual como o fator estratégico básico na organização. Quando prosseguiu para enfatizar a organização como empreendimento cooperativo de indivíduos trabalhando juntos como grupos, ele separou-se da linha principal da teoria clássica da administração e estabeleceu a base para o desenvolvimento de boa parte do pensamento sobre a administração atual"(8).

1 TAYLOR, Frederick. W. Princípios de Administração Científica. São Paulo, Ed. Atlas, 1960.
2 FAYOL, Henry. Administração Geral e Industrial. São Paulo, Ed. Atlas, 1960.
3 STONER, John. A. F,. e FREEMAN, Edward, Administração, LTC, Rio de Janeiro, RJ, 1999, p. 27
4 FITTE, Hernan, La primacia de las personas en el gobierno de la empresa, In DOMÈNEC MELÉ, Ética en el gobierno de la empresa. Eunsa, Barcelona, 1996, p. 35.
5 BARNARD, Chester, The function of the executive, Harvard University Press, Cambridge, Mass., 1938
6 STONER e FREEMAN, op. cit. , p. 29
7 PÉREZ LÓPEZ, J. A. Fundamentos de la Direccion de Empresas, 2. ed., Ed. Rialp,1994, p. 24
8 STONER e FREEMAN, op. cit., p. 30

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Michel Abdo Alaby . COMÉRCIO EXTERIOR    

Construção e Engenharia Civil A Nova Ordem Mundial - Os acordos Bilaterais de Comércio

Michel Abdo Alaby
Consultor em Comércio Exterior da Qualilog Consulting.
Economista, administrador e contador, é consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Vice-presidente da Associação dos Executivos de Comércio Exterior (Adebe),
Presidente da Associação de Empresas Brasileiras para a Integração de Mercados (Adebim)
Membro do Conselho Técnico da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)
e do Comitê Setorial de Comércio Exterior da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
qualilog@qualilog.com

Um estudo do Banco Mundial reconheceu que o comércio mundial mudou. As regras são outras. Com o fracasso da rodada de Cancun, visualiza-se no horizonte a corrida de negociações para firmar acordos bilaterais de comércio entre países e blocos econômicos, deixando, infelizmente, para trás, o multilateralismo e as discussões efêmeras dos acadêmicos de plantão.
Como definição destas estratégias de bilateralismo, a viagem do Presidente Bush a reunião dos países da Ásia-Pacífico (Austrália, Brunei, Canadá, Coréia do Sul, Chile, China, Estados Unidos, Filipinas, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Peru, Rússia, Singapura, Tailândia, Taiwan e Vietnã), justamente para tentar formatar acordos bilaterais de comércio. Evidente está que os países de menor desenvolvimento econômico, atraídos pelos acordos, deixam posições conservadoras de lado e passam a procurar aumentar suas exportações e em contra-partida alinham-se às posições americanas, em detrimento dos países emergentes, como o Brasil.

No caso brasileiro, que liderou o chamado G-22 na reunião da OMC, percebe-se que vários países já abandonaram o bloco, como já era esperado (El Salvador, Colômbia, Peru, Costa Rica, Guatemala e Equador), latinos e centro-americanos.
Do G-22 (grupo dos 22 países), inicialmente unidos na rodada OMC de Cancun, restaram: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, China, Egito, Filipinas, Índia, Indonésia, México, Paquistão, Paraguai, África do Sul, Tailândia e Taiwan, totalizando 15 países.

Os países do Sudeste Asiático, em franca expansão de crescimento, são o maior parceiro comercial americano.
A Austrália conclui um pacto com a Tailândia. Os Estados Unidos também iniciaram negociações com a Tailândia para firmar um acordo de livre comércio. Até o final de 2003, os Estados Unidos assinarão o acordo comercial com a Austrália.

A China anuncia um corte antecipado de tarifas agrícolas e industriais para os países da Asean (Associação de Países do Sudeste Asiático), com os quais quer fechar um acordo de livre comércio até 2015.
A Austrália e a Nova Zelândia procuram acelerar as negociações para um acordo comercial com a China.
O Japão anunciou esta semana, negociações com a Coréia do Sul para firmar um acordo de livre comércio e igualmente, procura desenvolver a parceria comercial com Filipinas, Tailândia e Malásia.

O Chile procura desenvolver um acordo de comércio trilateral com Nova Zelândia e Singapura.
Os países do Sudeste Asiático, após o fracasso de Cáncun, procuraram se acertar e buscar negociações de acordos comerciais entre eles e em uma segunda etapa com os Estados Unidos.
Com esta proliferação de negociações, o número de acordos preferenciais passará dos atuais 175 notificados até julho de 2003 na OMC para cerca de 300, incluindo-se os pendentes e os que podem ser concluídos até 2005.
Logicamente, há pressões para retomada das negociações da Rodada Doha da OMC, mas o empecilho maior ainda é a questão agrícola.

O jogo sujo do comércio internacional está mais forte do que nunca. Chegou a hora do Brasil rever os conceitos de diplomacia econômica e buscar a diplomacia de resultados, mesmo que para isso haja necessidade de aproximar mais dos mercados do Sudeste Asiático, onde crescem oportunidades de comércio e investimentos.

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Palavras Chave

arquiteto, arquitetura, software, construcao, civil, engenharia, orcamento, orcamentos, software, planejamento, planejamento organização e controle, limpeza de obra, modelo orçamentos, planilha de projeto
Vilmar Berna . MEIO AMBIENTE   
Meio Ambiente   Ambientalista: Atividade de Risco no Rio de Janeiro

Jornalista Vilmar Berna
Ambientalista de renome internacional e único brasileiro homenageado pela ONU
com o Prêmio Global 500 Para o Meio Ambiente, no ano de 1999.
Fundador do
Jornal do Meio Ambiente.
www.jornaldomeioambiente.com.br

A preservação do planeta começa com a preservação dos pequenos pedaços do planeta. O estado do Rio de Janeiro é um deles. Uma árvore do Rio é uma árvore do mundo. Será que estamos cuidando bem desse nosso pequeno pedaço de mundo? No dia 5 de junho, estarei em Tóquio para receber o Prêmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente. É um momento importante para lembrar das responsabilidades de cada pessoa, cada país, com seu meio ambiente local. Pois não basta pensar globalmente, é preciso agir localmente, já que o todo é feito por partes, e uma forma de preservar todo o planeta é começar cuidando de suas partes. Mas essa tarefa cidadã, apesar de muito importante, anda se transformando numa atividade de muito risco aqui no Estado.
Após a RIO92, o Estado do Rio de Janeiro teve três ecologistas brutalmente assassinados. E tanto os crimes de assassinato quanto os crimes ambientais permanecem impunes até hoje. Não existe sequer pistas dos assassinos. Seu Edu, de Maricá, morreu enfrentando a máfia que transformou as areias de Itaipuaçu em buracos do tamanho de um Maracanã. Fernando, da Univerde, em São Gonçalo, enfrentando a invasão dos manguezais da Baía de Guanabara. E, por último, em 23 de fevereiro deste ano, às 11:30 da manhã, o Dr. Álvaro Marques, de 69 anos, assassinado com dois tiros de pistola 380 no centro da cidade de Angra dos Reis, onde havia acabado de protocolar no Fórum da cidade denúncia contra a ação de caçadores e invasores de mangues no litoral de Mambucaba.
E o meio ambiente que defenderam até a morte, continua agredido. Segundo os dados obtidos através dos satélites do INPE, com a ajuda das ONGs SOS Mata Atlântica e Instituto Socioambiental, o Estado do rio é o Campeão Nacional do Desmatamento da Mata Atlântica. Perdeu, nos cinco anos, entre 1990 e 1995, 140.372 hectares de Mata Atlântica. E o desmatamento continua acelerado. Nos dois anos, entre 1995 e 1997, a perda só em  40 municípios dos 91 do Estado, foi de 15.689, o equivalente a quase um campo de futebol de florestas por hora! Dados como estes apontam o Estado como o líder absoluto da destruição da Mata Atlântica no Brasil, com uma perda de 13% da cobertura florestal que tinha em 1990.
Como se não bastasse, o Rio é também a Capital Internacional do Tráfico de Animais Silvestres, segundo levantamento realizado durante dois anos pela Traffic, principal ONG internacional que combate o tráfico de animais silvestres, com representações em 16 países. Existem no Estado cerca de 100 feiras populares que praticam este comércio ilegal. A mais famosa é a de Duque de Caxias. Apesar disso, e das cobranças freqüentes dos ambientalistas, até hoje, não existe um Centro de Triagem de Animais Silvestres apreendidos, o que significa que os animais acabam mortos nos fundos das delegacias, voltam ao tráfico pelas mãos dos próprios policiais ou são soltos de maneira inadequada na natureza. Isso sem falar da crueldade contra os animais em rodeios, laboratórios, dentro das próprias casas, que mostram uma face ainda embrutecida e insensível de nossa natureza humana.
Outro caso clássico de abandono são as chamadas áreas úmidas do Estado do Rio, integrada por rios, brejos, manguezais e pelas 100 lagoas fluminenses, que constituem o segundo maior patrimônio ambiental em ecossistemas de lagoas costeiras no Brasil, perdendo apenas para o Rio Grande do Sul, por causa da extensão da Lagoa dos Patos. Áreas superimportantes, onde se iniciam as cadeias alimentares, onde nascem os mananciais que nos abastecem. As áreas úmidas são protegidas internacionalmente pela Convenção de Ramsar, assinada pelo Brasil em 02 de fevereiro de 1971. A Constituição do Estado do Rio de Janeiro, estabeleceu o prazo de 2 (dois) anos, a contar de sua promulgação, em 05/10/89, para a demarcação da orla e da faixa marginal de proteção dos lagos, lagoas e lagunas do Estado (artigo 27, inciso III, das Disposições Transitórias), além de diversas sentenças judiciais condenarem as autoridades a cumprir a Constituição, ainda assim, nenhuma lagoa foi demarcada até hoje. Os rios fluminenses não estão em melhor situação, e o pior deles é Paraíba do Sul, que abastece 80% da população fluminense e, apesar disso, recebe 76 mil quilos por dia de esgoto doméstico sem tratamento, além de esgoto industrial que inclui metais pesados, fenóis, cianetos,  agrotóxicos, benzo-a-pireno e trialometanos cancerígenos, etc.
Segundo estimativas oficiais, as indústrias do Estado do Rio de Janeiro produzem cerca de três milhões de toneladas de lixo por ano. Apenas 30 % desse total (um milhão de toneladas), têm destino conhecido. O restante (dois milhões de toneladas), simplesmente desaparece, jogado em rios, como o Paraíba do Sul e nas baías. Veja o exemplo da Ingá Mercantil, na Baía de Sepetiba, cujo depósito de rejeitos já vazou 3 vezes nos últimos anos. O laboratório de Biofísica da UFRJ constatou, em março de 96, teores de zinco e cádmio nos mariscos até 18 vezes acima do padrão máximo para consumo alimentar.
Cuidar do meio ambiente não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível. Trata-se de uma tarefa extremamente complexa, mas que pode se tornar bem simples se cada um começar fazendo a sua parte. Os grandes problemas são formados de pequenos problemas que poderíamos ter resolvido logo no início, se quiséssemos. Como prender logo os assassinos dos ecologistas, por exemplo.

Extrato do livro O Cidadão de Sandálias do Autor .
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